Surpreendeu-nos os desabamentos ocorridos nos três prédios no centro do Rio de Janeiro. Ainda mais surpreendente foi o horário do acontecimento, ele transmite a dedicação da maioria dos vitimados ao trabalho, já que o ocorrido foi por volta de 20hs40 minutos quando o horário normal de expediente termina por volta de 18hs00. Chama atenção o fato da empresa que ocupava maior espaço no prédio era de informática, o que pressupõe que nela trabalhava uma grande quantidade de jovens talentosos e ativos, com cérebro borbulhante de informações.
Dói ver jovens sadios, trilhando uma via arborizada rumo a endereço certo de sucesso, cheios de esperança ver despencar os seus sonhos e certamente de seus familiares se tornarem um monte ferros distorcidos e meio a uma nuvem de poeira! Não podemos de forma alguma divinizar tudo, sabemos, entretanto, que Deus conhece as razões de tudo. O que podemos inicialmente admitir é vontade permissiva de Deus se fazendo presente obstando sobre algo ainda não revelado.
Só Deus sabe a dor dos parentes ansiosos se solidarizando pelo quase impossível: Rever parentes com vida, mesmo sabendo que esta é uma das mais pálidas das esperanças. Dói ver vidas jovens descendo da embarcação da vida precocemente. Dói pensar que muitos deles estavam ocupados demais para refletir no futuro após a morte, talvez por imaginar que isto era quase impossível para eles, se julgarem imbatíveis. Dói ver que daqui a pouco tudo será esquecido e cidade estará mergulhada na festa da carne – carnaval – onde outros tantos jovens se entregarão a outros perigos como se nenhuma experiência anterior chamasse a atenção. Só Deus sabe realmente a dor dos que ficam. Que Deus tenha misericórdia permitindo que muitos ouçam a palavra e a guarde nos seus corações antes que uma nuvem de poeira os encubra. Solidarizamos com os parentes e amigos das vítimas, mas não podemos esquecer que ainda ficaram muitos outros necessitando de impulso espiritual para caminhar por esta vida atenta aos ruídos que podem vir seguidos de escombros sobre suas cabeças. Isto realmente dói.
Pr. Edson Luz
